Principal prova contra Hardt, confissão mostra pressão e omissão de Dallagnol; leia trechos do depoimento

Liderados por Dallagnol, procuradores pressionaram Hardt e omitiram documentos para acelerar a homologação da Fundação Lava Jato

Por Cintia Alves

Em depoimento ao ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça, a juíza Gabriela Hardt – que deu continuidade ao trabalho de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba – revelou as circunstâncias nas quais ela decidiu homologar o acordo para criar a famigerada “Fundação Lava Jato” em 2019.

O acordo e seus efeitos foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal, mas sua homologação – entre outras possíveis ilicitudes na conduta de Hardt – motivaram o afastamento da juíza de suas funções pelo CNJ nesta segunda (15).

O depoimento de Hardt à Corregedoria do CNJ – cujos trechos são reproduzidos pelo GGN abaixo – é uma das principais provas usadas por Salomão para afastar Hardt da magistratura e defender abertura de processo administrativo.

Na confissão, a juíza admite que foi pressionada por Deltan Dallagnol e procuradores da Lava Jato a homologar o quanto antes o acordo para gerar a Fundação Lava Jato. Para conseguir tomar a decisão oficialmente dentro de dois dias, ela recebeu antes, pelo WhatsApp, cópia da minuta do acordo.