A descoberta de arquivos deletados nos computadores de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ajudou a Polícia Federal (PF) a cruzar novas informações em dispositivos de outros investigados, fortalecendo as investigações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, liderada por apoiadores radicais do ex-presidente.
Como conta o G1, com o auxílio de um equipamento israelense, a PF conseguiu recuperar os dados apagados, revelando novas mensagens que detalham a operação para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente em 2022.
Essa nova descoberta fez com que a PF adiasse a finalização do relatório final da investigação, que está previsto para ser concluído até o final deste mês. O cruzamento de dados pode resultar no indiciamento de Bolsonaro e de alguns de seus colaboradores mais próximos.
Além disso, os achados nos dispositivos de Cid complicaram a continuidade do acordo de colaboração firmado por ele com as autoridades. A Polícia Federal está reavaliando o peso desse acordo, pois, para garantir os benefícios da colaboração, Cid se comprometeu a revelar toda a informação relevante sobre os crimes dos quais participou ou teve conhecimento.
A investigação ainda está apurando se o acordo poderá ser mantido, dado que Cid foi gravado criticando a ação da PF, como revelado por mensagens obtidas pela revista Veja.