Mobilização pró-imigração toma conta de Los Angeles; presidente de extrema direita afirma que vai “enfrentar a anarquia que foi permitida prosperar”
Em tomo ameaçador, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, prometeu “enfrentar a anarquia que foi permitida prosperar”, como ele define os protestos contra as operações de imigração, na região de Los Angeles.
O representante da extrema direita assinou um memorando presidencial mobilizando 2 mil integrantes da guarda nacional para conter as mobilizações.
“A Administração Trump tem uma política de tolerância zero para comportamentos criminosos e violência, especialmente quando essa violência é dirigida a agentes da lei que estão apenas tentando fazer seu trabalho”, declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em um comunicado. “Esses criminosos serão presos e levados rapidamente à justiça”, acrescentou.
No sábado (7), manifestantes se reuniram em Paramount, Califórnia. O deputado José Luis Solache informou que quatro pessoas foram presas, segundo a CNN. Policiais usaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, no segundo dia de manifestações favoráveis à imigração.
Los Angeles é a segunda cidade mais populosa dos Estados Unidos e uma de suas metrópoles mais diversas. O bairro de Paramount, onde ocorreram os confrontos, abriga cerca de 50 mil pessoas, sendo 82% delas hispânicas, de acordo com dados do censo americano.
O FBI também foi mobilizado para investigar supostos casos de manifestantes que teriam obstruído as operações de fiscalização de imigração em Los Angeles, na sexta (6) e no sábado (7), relatou o vice-diretor do órgão, Dan Bongino.
A Casa Branca afirmou que Donald Trump convocou a Guarda Nacional para “enfrentar a anarquia que foi permitida prosperar”.
“Nos últimos dias, multidões violentas atacaram agentes do ICE e policiais federais que realizavam operações básicas de deportação em Los Angeles, Califórnia. Essas operações são essenciais para conter e reverter a invasão de criminosos ilegais aos Estados Unidos. Diante dessa violência, os fracos líderes democratas da Califórnia abdicaram completamente de sua responsabilidade de proteger seus cidadãos”, disse, em comunicado.
Chamado de “czar de fronteiras de Trump”, Tom Homan, declarou, em entrevista à Fox News, que a Guarda Nacional seria chamada para responder aos protestos.
“Estamos tornando Los Angeles mais segura, e a prefeita (Karen) Bass deveria estar nos agradecendo por isso. Trata-se de fazer cumprir a lei, e, mais uma vez, não vamos pedir desculpas por isso”, disse.
Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, afirmou que o governo tem duas escolhas: “Deportar os invasores ou se render à insurreição”.
Início dos protestos
Os protestos tiveram início na tarde de sexta-feira (6). À noite, a polícia declarou alerta tático em toda a cidade, duas horas depois de classificar as manifestações como reuniões ilegais.
Vídeos da violência policial mostram policiais de choque com escudos e bastões, jogando bombas de fumaça contra a multidão. Os manifestantes gritavam “Libertem todos” e seguravam cartazes como “Direitos plenos para todos os imigrantes” e “Parem as deportações”.
Os protestos aconteceram após, pelo menos, 44 pessoas serem presas por agentes federais de imigração, conforme informou a Associated Press.
As prisões ocorrem em meio à ofensiva de Trump contra a imigração, que inclui batidas e deportações em todo o país.