Filho de Eliza Samudio e do ex-goleiro Bruno Fernandes, jovem foi o herói na disputa de pênaltis que garantiu o troféu da Conmebol Liga Evolução
O goleiro Bruno Samudio, de 15 anos, foi o grande nome da Seleção Brasileira Sub-15 na conquista da Conmebol Liga Evolução, realizada na última segunda-feira (6), em Assunção, no Paraguai. Filho da modelo Eliza Samudio e do ex-goleiro Bruno Fernandes, o jovem defendeu o pênalti decisivo na vitória sobre a Argentina, garantindo o título para o Brasil.
A final terminou empatada por 2 a 2 no tempo normal, e a disputa foi decidida nas penalidades, com triunfo brasileiro por 5 a 4. Conhecido pelos colegas como Bruninho, o goleiro demonstrou maturidade e segurança, fazendo defesas importantes ao longo do jogo — incluindo uma à queima-roupa em finalização do atacante argentino Bruno Cabral, autor dos dois gols da equipe rival.
Nos pênaltis, Bruninho voltou a brilhar ao saltar no canto certo e defender a cobrança de Román González, gesto que garantiu a taça à equipe brasileira. Após o lance, foi abraçado pelos companheiros e elogiado pela comissão técnica pela frieza em um momento de extrema pressão.
Relembre o caso Eliza Samudio
O pai de Bruninho, o ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, mãe do garoto. O crime, ocorrido em 2010, chocou o país e resultou na interrupção da carreira do então goleiro do Flamengo.
Eliza desapareceu em 4 de junho de 2010, após deixar um hotel no Rio de Janeiro e seguir para o sítio do jogador em Esmeraldas (MG). Três semanas depois, a polícia encontrou o filho do casal, Bruninho — ainda bebê — em Ribeirão das Neves (MG), mas nunca localizou o corpo da modelo.
As investigações apontaram que Bruno ordenou a morte da ex-namorada. Segundo depoimentos, Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, ex-policial militar, teria sido o executor do crime, responsável por estrangular e esquartejar a vítima.
O caso levou à prisão de Bruno, de seu braço-direito Luiz Henrique Romão, o “Macarrão”, e de outros envolvidos. O julgamento, concluído em março de 2013, condenou o goleiro a 17 anos e seis meses por homicídio triplamente qualificado, além de penas adicionais por sequestro e ocultação de cadáver.
Desde então, Bruno teve a pena parcialmente cumprida em regime fechado e, posteriormente, passou a ter direito a progressões de regime determinadas pela Justiça.
Agora, mais de uma década depois, o nome Samudio volta a ser lembrado — desta vez, nos gramados, pelas mãos do jovem Bruninho, que tenta construir um legado de vitórias dentro de campo.
