A pesquisa “A Cara da Democracia”, feita em junho pelo Instituto da Democracia (INCT/IDDC), mostra que a percepção dos brasileiros em relação à corrupção mudou nos últimos três anos e meio, período de governo de Jair Bolsonaro (PL), que se posicionou nas eleições de 2018 como um candidato anticorrupção. 42% dos entrevistados, maior opção dentre todas as apresentadas, acham que a corrupção aumentou no país.
Praticamente um terço dos participantes da pesquisa anual, 32%, afirmou que a corrupção no país aumentou muito desde a posse de Bolsonaro. Outros 23% disseram enxergar que a corrupção no Brasil “nem aumentou e nem diminuiu”. Já as opções “diminuiu um pouco” ou “diminuiu muito” somadas, equivalem a 32%.
Em 2018, quando muito se falava sobre corrupção e Operação Lava-Jato, 41% dos entrevistados do levantamento consideravam esse o maior problema do país. Bolsonaro foi eleito naquele ano com um discurso anticorrupção, fragilizado posteriormente por diversos fatores, como o caso das rachadinhas, que recaiu sobre seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e a saída do Sérgio Moro de seu governo, por exemplo.
Recentemente, outros episódios continuaram contribuindo para isso, como a prisão do ex-Ministro da Educação Milton Ribeiro, feita a partir de uma investigação sobre sua ligação com pastores e lobistas no MEC, gastos bilionários com o orçamento secreto no Congresso e valores elevados no cartão corporativo.
A pesquisa “A cara da democracia” foi feita com 2.538 entrevistas presenciais em 201 cidades no mês de junho. A margem de erro total é de 1,9 ponto percentual a nível nacional, e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa reúne as universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj, com financiamento de CNPq e Fapemig, e está registrada no TSE (BR-08051/2022).