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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Marçal usa homônimo de Boulos em fake news sobre cocaína

Foto: reprodução
Por Augusto de Sousa

Desde os primeiros dias de campanha eleitoral na cidade de São Paulo, o candidato bolsonarista Pablo Marçal (PRTB) tem feito acusações, sem apresentar provas, de que seu concorrente Guilherme Boulos (PSOL) seria usuário de drogas. Porém, segundo a Folha de S.Paulo, as insinuações surgiram a partir de um processo judicial de um homônimo do candidato do PSOL para basear suas acusações.

Em debates e redes sociais, Marçal se referiu a Boulos como “aspirador de pó” e fez gestos insinuando uso de drogas. Boulos, por sua vez, negou as acusações, chamou o candidato do PRTB de “psicopata” e “mentiroso compulsivo”, além de levar o caso à Justiça. A campanha do bolsonarista criou um dossiê baseado em uma lista de processos obtidos por meio de uma busca superficial com as palavras “Guilherme” e “Boulos”, sem cruzar informações como CPF.

O processo citado por Marçal envolve, na verdade, Guilherme Bardauil Boulos, um empresário que hoje concorre a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo Solidariedade e apoia a candidatura de Ricardo Nunes (MDB). Já o candidato a prefeito chama-se Guilherme Castro Boulos.

Material de campanha de Guilherme Bardauil Boulos

Em 2001, Bardauil Boulos foi acusado de posse de maconha, e o processo foi extinto em 2006 com base no artigo 89 da lei 9.099/95, que permite a suspensão do processo em crimes de menor potencial ofensivo.

Bardauil admitiu o incidente, mas afirmou que se trata de um erro do passado: “Foi um ato imprudente que ocorreu na minha juventude na época de faculdade. Mas isso é coisa do passado, que aconteceu há 23 anos. Hoje eu tenho uma família, dois filhos, uma empresa de transporte executivo de que me orgulho muito e sou candidato a vereador pelo Solidariedade para contribuir com uma São Paulo melhor para os cidadãos”.

Mesmo diante das evidências a favor de Boulos, Marçal continuou com as acusações. Em uma sabatina na CNN, afirmou novamente que o candidato do PSOL é “cheirador de cocaína” e prometeu apresentar provas no último debate. “Vou provar, ninguém vai me segurar. Já foi preso portando droga, e eu vou mostrar. Está no segredo de Justiça, aguarde que eu estou resolvendo para te mostrar”, disse, sem fornecer detalhes ou o número do processo que alegava ter.

Durante uma entrevista ao programa “Roda Viva”, Boulos chorou ao relatar o impacto das acusações em sua família. “Minha filha chega, chora, como que fica? Olha o nível que chega, olha o esgoto que chega”, desabafou.

O Tribunal Regional Eleitoral concedeu a Boulos o direito de resposta nas redes sociais de Marçal, reconhecendo que as acusações feitas pelo influenciador extrapolam os limites da liberdade de expressão e do debate político, configurando ofensas à honra.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/canalha-marcal-usa-homonimo-de-boulos-em-fake-news-sobre-cocaina/

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