A corporação, que não revelou os nomes dos presos, diz que a organização criminosa causou impactos socioambientais avaliados em R$ 295 milhões na região
A Polícia Federal (PF) realizou quarta-feira (30) mais uma operação que resultou na prisão de duas pessoas que comandavam uma organização criminosa responsável pelo garimpo ilegal às margens do Rio Uraricoera, na Terra Indígena Yanomami, localizada entre os estados do Amazonas e Roraima.
A corporação, que não revelou os nomes dos presos, diz que a organização criminosa causou impactos socioambientais avaliados em R$ 295 milhões, além da extração ilegal de 229 kg de ouro, avaliados em R$ 68,9 milhões.
Em nota, a PF informou que, além das prisões, cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis localizados na capital Boa Vista (RR) e no município de Alto Alegre (RR). Na ocasião, houve sequestro de bens móveis, imóveis e valores.
“Durante a ação, foram encontrados um carregamento de suprimentos e equipamentos destinados ao garimpo que resultou na prisão em flagrante da responsável pelo imóvel”, diz a PF.
As investigações revelaram ainda o possível uso de mercenários armados na defesa dos garimpos ilegais. Dessa forma, a PF considerou que o grupo agia com grande estrutura e alta periculosidade.
“Os investigados responderão pelos possíveis crimes de usurpação de bens da União, extração ilegal de recursos minerais, organização criminosa, lavagem de dinheiro, porte e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e crimes contra a fauna”, afirma a corporação.
Operações
No último balanço divulgado em setembro, o governo federal diz que foram realizadas na TI Yanomami 2.048 operações, focadas no combate ao garimpo ilegal.
De acordo com os dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão do Ministério da Fazenda, entre 2022 a março de 2024, houve uma queda de 96% na abertura de novos garimpos.
Entre março e setembro de 2024, apenas 37 hectares de novas atividades de garimpo foram detectados, número muito inferior aos 984 hectares registrados no mesmo período de 2022.
O governo alegou que essa redução se deve a colaboração entre diversos órgãos federais e o uso de tecnologias avançadas de monitoramento, como satélites e drones.