Nas redes sociais, goleiro afirmou que está tomando as medidas cabíveis para “que os culpados sejam punidos”
A partida entre Portuguesa Santista e São José pela Série A2 do Campeonato Paulista, na última quinta-feira (20), foi interrompida aos 30 minutos do segundo tempo após o goleiro Tom Cristian, da “Briosa”, como é conhecido o time do litoral paulista, ser vítima de racismo por parte de sua própria torcida.
Após as ofensas, Tom procurou o árbitro da partida e decidiu alertar sobre a situação que se desenrolava nas arquibancadas. Atletas da equipe foram conversar com os torcedores que, muito irritados, atiraram objetos nos jogadores. Em campo, o jogo terminou com uma derrota de 3 a 0 para a Portuguesa Santista.
Nas redes sociais, o goleiro afirmou que está tomando as medidas cabíveis para “que os culpados sejam punidos”. “Temos de seguir na luta para que a cor da pele não seja motivo de inferiorização das pessoas, não só no esporte mas na sociedade em geral”, escreveu.
Após a partida, a Portuguesa Santista se manifestou por meio de nota oficial. “A Briosa é o clube que enfrentou o Apartheid e, por isso, repudia o episódio de racismo relatado pelo goleiro Tom, que teria ocorrido na noite desta quinta-feira (20), na partida diante do São José, válida pelo Paulistão A2”, diz o clube.
A Federação Paulista de Futebol, organizadora do Paulistão, também repudiou as ofensas. “A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar seu repúdio às ofensas racistas contra o goleiro da Portuguesa Santista, Winston Cristian dos Santos, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira. Os atletas e comissão técnica da Portuguesa Santista se recusaram a continuar o jogo”, diz a nota.
Veja as declarações do goleiro
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Nas redes sociais, goleiro afirmou que está tomando as medidas cabíveis para “que os culpados sejam punidos”
“Próximo dos 30 minutos do segundo tempo da partida desta quinta-feira, 20 de fevereiro, pela décima primeira rodada do Campeonato Paulista da Série A-2, fui vítima de insultos raciais, de um crime, proferidos por membros que se dizem torcedores da Portuguesa Santista.
Não cabe repetir aqui o que ouvi dentro de campo para me desmerecer. Entendo que nenhum torcedor é obrigado a gostar de algum atleta. A pressão, a cobrança, tudo isso faz parte do futebol.
Mas até quando iremos viver casos deste tipo? Até quando este tipo de crime será levado adiante? A poucos metros de Ulrico Mursa, o maior jogador de todos os tempos, o rei Pelé, um negro, fez a alegria de todos os brasileiros através deste esporte.
Temos de seguir na luta para que a cor da pele não seja motivo de inferiorização das pessoas, não só no esporte mas na sociedade em geral. As medidas cabíveis já estão sendo tomadas para que os culpados sejam punidos!
Deus me proteja das pessoas ruins!”
Leia a nota da Portuguesa Santista
“Os valores da Associação Atlética Portuguesa se traduzem em sua história. Uma história de luta contra todo tipo de preconceito, sobretudo o racial.
A Briosa é o clube que enfrentou o Apartheid e, por isso, repudia o episódio de racismo relatado pelo goleiro Tom, que teria ocorrido na noite desta quinta-feira (20), na partida diante do São José, válida pelo Paulistão A2.
Neste momento, a diretoria da Briosa está debruçada em identificar os envolvidos no episódio, para que sejam punidos em conformidade com a lei”.
https://iclnoticias.com.br/goleiro-da-portuguesa-santista-sofre-racismo/