PF faz buscas contra suspeito de fraudar TSE e filiar Lula ao PL

Por Yurick Luz

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (30) uma operação para investigar a inserção de dados falsos no Sistema de Filiação Partidária (FILIA) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que resultou na filiação indevida do presidente Lula ao Partido Liberal (PL) em julho de 2023.

A operação inclui um mandado de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, durante as investigações foi constatado que não houve invasão ao sistema do TSE, mas sim um pedido fraudulento de filiação partidária em nome do presidente Lula.

O pedido, contendo dados falsos, foi aceito pelo Tribunal após passar pela moderação de um funcionário do PL, que também está sob investigação. Com isso, Lula permaneceu filiado ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro por quase seis meses.

“Verificou-se que o uso dos dados falsos em nome do presidente teve início já no momento inicial do procedimento de filiação, quando o cidadão interessado em se filiar acessou o formulário digital em aba específica no sítio oficial do partido político, preenchendo diversas informações pessoais – entre elas dados pessoais, políticos, selfie, upload de documentos, endereço e dados de contato como telefone e e-mail, além de confirmação dos dados e aceitação dos termos de uso – com a finalidade de iniciar o processo”, afirmou a PF.

O Brasil que Lula vai herdar em 7 gráficos - BBC News Brasil
O presidente Lula: o caso ocorreu em julho de 2023. Foto: reprodução

De acordo com o registro no sistema FILIA, a inclusão de Lula no PL ocorreu em 17 de julho de 2023, às 9h43. O registro foi feito no nome da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que atua para o PL, mas há suspeitas de que outra pessoa possa ter executado a operação.

No histórico de filiações do presidente Lula, constavam sua filiação original ao PT, iniciada em 4 de maio de 1981, data da fundação do partido, e posteriormente a filiação ao Partido Liberal em 15 de julho de 2023 (sendo a data de inclusão no sistema em 17 de julho de 2023).

Os suspeitos podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade. A investigação segue para identificar outras possíveis fraudes e a motivação dos envolvidos.