Em plena Semana da Mulher, professora denuncia vazamento de fotos íntimas, mas é encontrada morta dias depois; caso expõe a vulnerabilidade feminina na sociedade
Em plena Semana da Mulher, período dedicado à valorização, respeito e reflexão sobre os direitos femininos, mais um caso de violência contra uma mulher choca o Brasil. A professora Jaquiely Maria Lima Oliveira, de 32 anos, foi encontrada morta na manhã da última quinta-feira (06), apenas dois dias depois de denunciar o vazamento de suas fotos íntimas. O caso ocorreu em Sigefredo Pacheco, no Piauí, e está sendo investigado pelas autoridades.
Segundo informações do Portal B1, Jaquiely havia registrado um boletim de ocorrência acusando o prefeito Murilo Bandeira (PT) de ser responsável pelo vazamento das imagens. A denúncia, que deveria garantir proteção e justiça à vítima, agora levanta questionamentos sobre o real compromisso da sociedade com a segurança e dignidade das mulheres. Afinal, até quando mulheres precisarão temer represálias ao denunciar crimes cometidos contra elas?
O caso está sob investigação da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis, que busca esclarecer se há relação entre a morte da professora e o crime contra sua dignidade sexual. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde foram requisitadas perícias tanto na vítima quanto no local onde ela foi encontrada.
A delegada Emylle Kaynar afirmou que todas as hipóteses estão sendo analisadas:
“Estamos apurando se existe relação entre a morte e o crime contra a dignidade sexual, assim como o envolvimento dos suspeitos. Devido à natureza do caso, as investigações correm sob segredo de justiça.”
Enquanto isso, a defesa do prefeito nega as acusações, afirmando que se trata de uma “fake news”. Para tentar provar sua inocência, Murilo Bandeira disponibilizou seus aparelhos eletrônicos para perícia.
Mulheres continuam vulneráveis, mesmo em datas simbólicas
O caso de Jaquiely expõe, mais uma vez, a triste realidade enfrentada por mulheres no Brasil. Mesmo em uma semana que deveria ser de celebração e reforço das lutas femininas, o que se vê é a repetição do medo, da violência e da impunidade.
Denunciar abusos ainda representa um risco para muitas mulheres, que frequentemente se tornam alvos de retaliações, violência psicológica e, como neste caso, até mesmo a morte. Quantas vidas mais precisarão ser ceifadas para que a segurança feminina seja levada a sério?
A morte de Jaquiely não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. O caso segue sendo investigado, e a sociedade exige respostas.
