Israel inicia ofensiva terrestre
Após semanas de bombardeios intensos e um cerco que devastou parte da infraestrutura local, Israel iniciou nesta terça-feira (16) uma ofensiva terrestre de larga escala na Cidade de Gaza. O território, considerado estratégico pelo governo de Benjamin Netanyahu, é apontado como o último reduto do grupo Hamas dentro da Faixa de Gaza.
A entrada das tropas marca uma nova etapa no conflito, com soldados israelenses avançando para áreas centrais da cidade, querendo anexa-la. Segundo fontes militares, o objetivo é desarticular o comando do Hamas e garantir a libertação dos reféns ainda mantidos pelo grupo. O Exército afirma que está preparado para sustentar as operações por tempo indeterminado.
O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que “Gaza está em chamas” e que o país responde com “punho de ferro” contra a infraestrutura do Hamas. Katz prometeu que a ação não será interrompida até que os objetivos militares e políticos sejam atingidos.
A ONU condenou a nova fase da guerra. Volker Turk, alto comissário para os Direitos Humanos, classificou a operação como um “massacre” e pediu o fim imediato da ofensiva. “Este massacre deve parar imediatamente. Peço a Israel que pare com sua destruição indiscriminada de Gaza”, disse Turk.
Já o Unicef afirmou que é “desumano” exigir que crianças deixem a cidade em meio aos ataques.
Movimentações de Israel
Testemunhas relataram que os bombardeios se intensificaram na noite de segunda (15), antes da entrada das tropas terrestres. Estima-se que 40% dos moradores já tenham fugido em direção ao sul da Faixa de Gaza após os repetidos alertas de evacuação emitidos por Israel.
A movimentação militar acontece após encontro entre Netanyahu e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Segundo o site Axios, fontes israelenses afirmam que o presidente Donald Trump apoia a operação, contanto que seja rápida. Na véspera, Trump acusou o Hamas de mover reféns para a superfície e alertou que o grupo estaria usando civis como “escudos humanos”.
“Espero que os líderes do Hamas saibam no que estão se metendo se fizerem tal coisa. Esta é uma atrocidade humana, como poucas pessoas já viram”, escreveu Trump em uma rede social.
Guerra já destruiu milhares de vidas
A Cidade de Gaza, onde vivem cerca de 1 milhão de palestinos, é vista por Israel como peça-chave para o controle total do território. A ofensiva atual se soma a outros episódios recentes, como o bombardeio em Doha, no Catar, contra líderes do Hamas — ação que gerou forte condenação internacional.
A guerra começou em outubro de 2023. Desde então, mais de 63 mil palestinos já morreram na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo autoridades locais de saúde. Israel avança com o plano de anexar por completo Gaza.